O ditado popular “o que é português é bom” encaixa que nem luva à raça Perdigueiro Português. Para além de um excelente caçador, é um óptimo companheiro. Isto não significa que se contentará com um grande jardim ou meia dúzia de passeios diários; se quer um cão de companhia decerto que há melhores opções que o Perdigueiro. Agora se, é um fã de caça e quer iniciar-se nesta actividade, então o Perdigueiro vai ser um companheiro inseparável.

O Perdigueiro é um óptimo cão de parar, que se “amarra” com magia tal que é até capaz de transmitir ao dono de que tipo de presa se trata. O “amarrar” não se ensina, mas a arte de caçar sim. Não espere ter um cão de caça que já nasça ensinado; é preciso trabalhar e despertar o seu instinto de caça – tarefa que exigirá de si, enquanto dono, muita dedicação, paciência e motivação. O seu Perdigueiro terá que aprender os comandos de chamamento, obediência, procura, busca e entrega. Ou seja, é necessário entendimento mútuo entre o caçador e o seu cão. O Perdigueiro é conhecido pela sua facilidade de aprender e ser metódico, o que aliado a um grande olfacto, instinto de caçador e grande resistência, o torna um artista em qualquer tipo de campo e clima. No entanto, a sua especialidade é mesmo a caça à perdiz e codorniz. Mas não se admire se o seu Perdigueiro caçar coelhos, lebres, galinholas ou patos.

A arte de caçar exige tempo e dedicação, pelo que se quiser torná-lo num um grande caçador não basta admirar a excelência do seu Pedigree, ou este ter o teste da paragem e saber fazer uma ou duas habilidades. Fale com os caçadores, aprenda com eles, nada melhor que entrar neste mundo pela mão de alguém experiente.

Como já se deve ter apercebido o Perdigueiro foi feito para trabalhar e precisa disso para ser feliz. Se não lhe for atribuída nenhuma actividade e o deixar sozinho durante longos períodos por dia, esteja certo que ele irá encontrar outras formas de se entreter, e você, como dono, provavelmente não irá ficar satisfeito com as ideias do seu cão. Muitos se deparam com Perdigueiros que desenvolvem um temperamento nervoso e ansioso, pois não sabem ou não conseguem lidar com a sua constante necessidade de ocupação.

O Perdigueiro sociável e equilibrado apresenta um temperamento calmo, meigo e afectuoso com a sua família, à qual retorna depois de um dia de trabalho. Adora dormitar à frente do calor, mas sempre com um “olho aberto” a controlar o movimento do seu dono. É um amigo incondicional dos mais pequenos com quem está sempre disponível para brincar tolerando até algumas brincadeiras mais atrevidas. Enfim… Colabora em tudo sempre com alegria.

Quanto a cuidados, o Perdigueiro não exige muitos: o seu pêlo é de fácil manutenção, a sua saúde é de ferro e tem ainda a mais-valia de ser um animal asseado.