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Foto Parasitas internos

Existem dois tipos de parasitas; os parasitas internos e os externos.

Os parasitas internos são organismos que se alojam, crescem e alimentam no organismo de um hospedeiro - neste caso animais de estimação ou pessoas - sem contribuir em nada para a sua sobrevivência. Se os animais não forem tratados, alguns destes parasitas, podem prejudicar gravemente a sua saúde e além disso, alguns parasitas podem também ser transmitidos aos seres humanos, causando-lhes diversos problemas.

Os parasitas externos são aqueles que vivem ou invadem a pele ou o pêlo do seu cão. Estes não só podem causar irritação mas também algumas doenças, não só para o animal como também para as pessoas que com ele convivem, nomeadamente alergias à picada da pulga e as tão conhecidas febres da carraça.Sempre que escova, penteia ou acaricia o seu animal, verifique se este tem algum parasita externo visível.

Mantenha sempre bem limpos os locais frequentados pela sua mascote e, em caso de detecção de algum parasita, fale com o seu veterinário assistente.

Neste artigo iremos apenas falar de parasitas internos.

Os vários tipos de parasitas internos

Ténias: são os parasitas intestinais mais visivelmente detectáveis, já que muitas vezes aparecem como segmentos em forma de grão de arroz na região anal dos animais ou nas fezes.

Ascarídeos: também conhecidos por lombrigas, de cor amarelada, normalmente crescem até 10 a 15 centímetros de comprimento. São visíveis se forem expulsos pelo vómito ou fezes, mas é bem possível que animais infectados não apresentem sintomas externos. Estas infecções são muito comuns em cachorros.

Estas “lombrigas” expulsam ovos rapidamente - uma única fêmea pode produzir até 100.000 ovos por dia. Os animais de estimação infectam-se frequentemente pela ingestão de solo ou vegetação contaminados.

Ancilostomídeos: com cerca de 1 a 1,5 centímetros de comprimento, os ancilostomídeos encontram-se no intestino delgado dos cães, alimentam-se de sangue e vivem no intestino, podendo levar muitas vezes a doenças graves ou, até mesmo, à morte. Na verdade, apenas 50 parasitas podem ser fatais para um cachorro.

A fêmea de ancilostomídeo frequentemente expulsa cerca de 25.000 ovos por dia, contaminando rapidamente o ambiente. Os animais de estimação infectam-se pela ingestão de larvas ou através da penetração das larvas na pele do animal. Cachorros nascidos de mães previamente infectadas, também se infectam através da amamentação.

Tricurídeos: encontram-se principalmente em cães, ligam-se ao intestino grosso onde se alimentam de sangue. Os animais de estimação só se infectam por tricurídeos através da ingestão de ovos. Infelizmente, os ovos de tricurídeos são especialmente resistentes e podem sobreviver no solo durante anos, mesmo em  climas mais frios, reinfectando os animais de estimação que frequentam as áreas contaminadas.

Giardia: infecta cães e pessoas causando gastroenterites. A infecção ocorre por via oral, através ambientes contaminados com fezes de animais infectados. Muitos cães podem estar contaminados e não apresentar qualquer sinal de doença, mas podem infectar as pessoas.

Coccídia: infecta cães com maior frequência até aos seis meses de idade causando lesão da parede intestinal e diarreias que podem ser sanguinolentas.

Menos frequentes mas também muito importantes, temos:

Dirofilária: Dirofilaria immitis é um verme redondo (microfilárias) transmitido por um determinado tipo de mosquito. Provoca uma doença parasitária grave denominada dirofilariose que pode afectar cães, gatos e animais exóticos como os furões. Esta doença também é conhecida por doença do verme do coração, porque os vermes adultos alojam-se nesse órgão, onde se alimentam e reproduzem.

Angiostrongylus vasorum (verme do pulmão): é um nemátodo pulmonar pouco conhecido mas cada vez mais diagnosticado. Pode causar uma doença potencialmente mortal denominada angiostrongilose.

Como é que sei se o meu animal de estimação está infectado?

Em alguns casos podemos identificar os sintomas de infecção, no entanto, em algumas situações, o reconhecimento da doença ocorre tarde demais. Os animais que parecem estar bem e cheios de energia podem mesmo assim expulsar ovos de parasitas. A maioria dos parasitas intestinais podem-se multiplicar a um ritmo alarmante. Isto faz com que apenas um único verme seja um problema - não só para o animal de estimação, mas também para o ambiente.

Estudos efectuados indicam que mais do que 1 em cada 3 cães não desparasitados foram infectados por parasitas. Quase todos os cachorros com menos de 3 meses de idade estão infectados por ascarídeos.

Um estudo recente e de larga escala revela que a Giardia é o parasita gastrointestinal mais prevalente em cães (18,6%), seguido dos nemátodos com 10,8%, das coccidias com 8,0% e dos céstodos com apenas 0,5%.

Formas pelas quais os animais podem ser infectados por parasitas internos
  1. Ingestão oral: os animais de estimação são infectados por esta via quando ingerem ovos ou larvas de parasitas a partir de um ambiente contaminado. De seguida, estes ovos amadurecem no trato intestinal ou entram em estado de dormência.
  2. Transcutânea: Neste caso, os animais são infectados quando as larvas do parasita penetram na pele de um hospedeiro e migram através da corrente sanguínea.
  3. Transmamária: os cachorros, muitas vezes, infectam-se com parasitas durante a amamentação. As larvas enquistadas nos músculos das mães tornam-se ativas durante a gravidez, migrando através do sistema mamário para os cachorros .
  4. Transplacentária: os cachorros podem ser infectados por parasitas intestinais ainda no útero aquando da transferência das larvas da mãe para o feto.
  5. Através da ingestão de pulgas: a ténia Dipylidium caninum é transmitida aos cães quando estes ingerem pulgas infectadas por larvas da ténia. Durante o processo digestivo, a larva de ténia desenvolve-se para adulto.
  6. Através da ingestão de outros hospedeiros: roedores, ruminantes, aves e coelhos podem servir como hospedeiros intermediários para muitos vermes. Os animais infectam-se quando ingerem esses hospedeiros secundários.
Cachorros e parasitas internos

Quase todos os cachorros nascem com parasitas intestinais ou adquirem-nos através da amamentação. Estas infecções são facilmente tratadas com um antiparasitário de largo espectro. No entanto, se não forem tratadas, podem ser muito prejudiciais à saúde dos animais de estimação e contaminar o ambiente.

Alguns sintomas que estes animais exibem são:

- Barriga saliente
- Vómitos
- Diarreia
- Gengivas pálidas
- Fezes com sangue
- Vermes nas fezes
- Letargia
foto: syllabus

As pessoas podem infectar-se com estes parasitas?

Na Europa todos os anos são reportados muitos casos de pessoas infectadas por parasitas internos. Na maioria dos casos, a transmissão ocorre:

  • Através da Ingestão acidental de ovos de parasita de um ambiente contaminado;
  • Através da penetração de larvas de parasita na pele;
  • Através da ingestão acidental de uma pulga infectada;
  • Enquanto se brinca com os animais ou com terra de locais frequentados por animais;
  • Com a ingestão de frutas e legumes não lavados convenientemente.

As lesões provocadas no Homem são variadas: podem apresentar-se na forma de diarreia com sangue, lesões oculares (as larvas de Toxocara alcançam os olhos, podendo provocar cegueira), o parasita achatado E. granulosus (tipo de ténia) pode provocar o quisto hidático (forma larvar) no Homem e em casos extremos doença crónica complicada e morte.

Se suspeita que o seu animal tem parasitas internos, por favor consulte o seu Médico Veterinário para possa realizar o diagnóstico e tratamento apropriados.