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Foto Tocar em cães: um pequeno grande gesto na Malásia

No domingo passado, decorreu na Malásia um evento intitulado de “I want to touch a dog” (tradução portuguesa: Quero tocar num cão). Este evento foi dirigido a pessoas de todas as idades e religiões e a principal intenção foi desmantelar o estereótipo negativo que os cães têm na comunidade muçulmana. O que deveria ser apenas um pequeno encontro para pessoas que tinham curiosidade acerca dos cães, transformou-se num grande evento com quase 1000 pessoas!

Os organizadores pediram às pessoas que levassem vestidas determinadas cores que indicassem o modo como queriam interagir com os animais. Deste modo foi possível respeitar de forma simples a zona de conforto de cada pessoa.

A t-shirt amarela significava “Quero tocar” enquanto que a laranja significava “ Quero ver”. Os treinadores estavam sinalizados de verde, os voluntariados com cães estavam sinalizados de vermelho e os membros da organização de roxo. Com um simples código de cores foi possível organizar as mais de 800 pessoas que participaram no evento.

Além da interacção mais ou menos próxima dos participantes, estes puderam também aprender mais acerca da limpeza “samak” ou “sertu” – uma técnica de higiene islâmica utilizada após contacto com os animais. “Para os muçulmanos a saliva e o pêlo dos cães é considerada uma fonte de sujidade e transmissão de doenças e quando se tem contacto com eles deve-se lavar as mãos 7 vezes de acordo com um processo chamado Sertu”, explica o jornal malaico The Star. “Ensinar aos cidadãos a maneira correcta de limpar as suas mãos, é uma maneira prática de evitar aversão ou medo de cães cumprindo-se também os mandatos da religião”.

Enquanto que para os muçulmanos o contacto com cães possa ainda ser considerado tabu, este evento pode ter representado o início de uma nova relação.

“Não sei se agora as pessoas vão começar a perceber que não devem atirar pedras a cães, mas queremos acima de tudo educar, sensibilizar e responder a todas as dúvidas”, explica Syed Azmi Alhabshi, o organizador do evento.

Segundo os participantes e organizadores, este evento foi uma boa oportunidade de educar as pessoas num ambiente seguro, não só porque as pessoas (participantes e treinadores) conseguiram comunicar facilmente mas porque os cães tinham todos um bom temperamento.

Apesar do sucesso do evento, as autoridades islâmicas opuseram-se à realização do mesmo e decidiram abrir uma investigação para saber se o organizador estava de facto autorizado a realizar o evento.

Fonte: The Star