Registo
Foto Memorial para cães abatidos

Há três anos, quando Santina morreu após 21 anos de companhia, o seu dono e pintor Mark Barone ficou arrasado. A sua companheira Marina Dervan sugeriu que este adoptasse um cão de um canil, e nesse momento a vida de ambos alterou-se completamente.

“Pensei que talvez fosse um óptima ideia adoptar um cão, mas Mark ainda não estava preparado”, afirma Marina. “Mas não fiquei por aí: continuei na internet à procura de um cão, mas em vez de encontrar um cão, descobri as estatísticas relativas ao número de animais que são mortos no sistema dos canis. Fui enviando todas as estatísticas e images que encontrava – as câmaras de gás e todas as outras coisas horríveis – e não conseguia parar de dizer ‘Isto é horrível’.”

A primeira resposta do Mark foi que não queria ver, mas dois dias depois disse: “Tenho uma visão clara sobre o que quero fazer para resolver este problema”.

A ideia de Mark Barone era simples e ao mesmo tempo extremamente ambiciosa: 5.500 cães são mortos todos os dias em canis nos EUA e Mark queria dar uma cara a este número. Então, decidiu pintar 5.500 retratos de cães presentes em canis americanos com alto índice de abates, usando fotografias dos animais retiradas do website desses canis. No trabalho de Mark, cada cão tem um nome que é registado na pintura bem como a data em que foi morto.

O pintor espera que as pessoas ao olharem para as imagens sintam toda a emoção que o animal estava a sentir naquele momento. As pinturas têm uma tristeza tão profunda que dá para sentir uma conexão com o animal.

Mark está há mais de dois anos neste projecto e já terminou mais de 3.500 retratos. A maioria das pinturas é pintada em painéis de madeira de 30 cm x 30 cm, mas por vezes pinta em telas gigantes de quase 2,5 m x 2,5 m quando se sente particularmente inspirado por uma história.

Santina, a cadela de Mark está do lado direito com 21 anos e será a "porteira" do museu.

A Oreo foi atirada pelo próprio dono de um prédio de 6 andares em Brooklyn, Nova Iorque. A ASPCA recolheu e tratou o animal, no entanto, porém o então presidente da organização, Ed Sayres, referenciou a cadela como agressiva e resolveu eutanasiá-la, mesmo quando existiam grupos interessados em ajudar o animal em relação ao seu comportamento.

Mark pinta dez cães por dia, sete dias por semana e o casal diz que, para eles, este projecto – intitulado “An Act of Dog” – é um trabalho de voluntariado a tempo inteiro.

Quando o projecto estiver completo e os 5.500 retratos estejam finalizados, o que é que vai acontecer? Mark e Marina descartaram a ideia de vender os quadros para angariar dinheiro para um canil. Ao invés, eles tencionam fazer uma parceria com uma cidade ou com um filantrópico que queira construir um espaço permanente para a obra, um museu sem fins lucrativos que possa existir através de donativos sustentáveis e para gerar consciência no público de modo a converter mais canis americanos em instituições No Kill.

Ainda há cerca de 2000 cães para serem pintados, por isso ainda têm tempo para decidirem o destino final, mas para os cães presentes em muitos canis nos EUA, o tempo está-se a esgotar.

Hoje em dia, Mark e Marina já estão a recolher donativos e até têm uma campanha até ao final de Setembro em que quem doar 25 dólares habilita-se a ganhar uma pintura do seu cão feita por Mark (que está avaliada em 3550 dólares), saiba mais aqui.

Veja esta história contada pelos próprios Mark e Marina:

 

Fotos: Mark Barone

Fonte: anactofdog, dailymail