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Foto Cão da mulher infectada com ébola vai ser abatido

As autoridades de Madrid ordenaram esta quarta-feira o abate do cão que pertencia à auxiliar de enfermagem que foi contagiada com o vírus do ébola, de forma a evitar riscos.

A Ordem de Veterinários de Madrid não foi sensível à campanha que o marido da funcionária hospitalar colocou em marcha na terça-feira para que a decisão de abater o seu animal de estimação fosse revogada. "Não podemos arriscar. Aqui tem que se primar pela segurança da população", explicou o presidente da associação de veterinários, Felipe Vilas, cujo parecer foi determinante para a decisão tomada pela Comunidade Autónoma de Madrid, segundo o El País.

Javier L. R., marido da auxiliar de enfermagem contaminada com o vírus do ébola, tinha lançado na véspera um veemente apelo nas redes sociais e através de várias associações de defesa dos animais para tentar evitar que matem o cão do casal, Excalibur.

"Quero denunciar publicamente que um tal Zarco, creio que é chefe de saúde da Comunidade de Madrid, disse-me que têm que sacrificar o meu cão assim, sem mais," diz Javier no texto publicado e partilhado no Facebook. "Pede-me o meu consentimento, o que neguei rotundamente. Diz que então vão pedir uma ordem judicial para entrar à força em minha casa e sacrificá-lo."

Na sua denúncia, o dono de Excalibur acusa as autoridades espanholas de quererem resolver o problema da forma mais rápida, e responsabiliza-as pelo contágio da mulher.

O marido da auxiliar de enfermagem acrescenta que deixou vários baldes de água e a banheira cheia para o cão, assim como um saco de comida de 15 quilos e a porta da varanda aberta. Propõe que o cão seja posto em observação em isolamento, como foi feito com ele. "Ou então talvez eu tenha que ser sacrificado," acrescenta. "Mas claro, com um cão é mais fácil, não tem tanta importância."

A propagação do ébola em animais é um terreno pouco explorado pela investigação científica e, portanto, "seria importante, do ponto de vista científico", que ele fosse estudado, disse ao El País Eric Leroy, o maior especialista mundial na área. "Deve isolar-se o cão de Madrid, fazer-lhe um acompanhamento, estudar os seus parâmetros biológicos, ver se está infectado e averiguar se expele vírus", explicou Leroy, que dirige um centro de investigação no Gabão.

As autoridades sanitárias têm autorização para entrar na residência do casal, concedida por um tribunal da capital espanhola, segundo a agência EFE.

Porque é que as pessoas são tratadas de uma maneira e os animais de outra? Será que não se poderia colocar o cão em quarentena? As questões ficam no ar...Qual a sua opinião?

Fonte: Publico, DN