Registo
Foto Displasia da anca – Graduação

A comitiva científica da Fédération Cynologique Internationale (FCI), pela qual o Clube Português de Canicultura (CPC) se rege, propõe um sistema de avaliação com cinco graus desde A, que reflecte uma displasia da anca normal, até E, que indica displasia da anca grave. Esta classificação é certificada através de exames radiográficos dos membros posteriores estendidos do animal e este deve ter no mínimo um a dois anos de idade.

Segundo o CPC, cães de raças de porte médio ou grande devem ser examinadas aos 12 meses e os de porte gigante aos 18 meses de idade. Cães mais velhos também podem ser examinados no entanto, poderão existir lesões de artrose não relacionadas com a displasia da anca.

As radiografias são realizadas pelo Médico Veterinário e este deverá solicitar à Associação Portuguesa de Médicos Veterinários Especialistas em Animais de Companhia (APMVEAC) a leitura da mesma.

O grau final é o definido pela pior classificação das duas articulações e registado pelo CPC no LOP do cão.

Grau A – Livre de displasia da anca (perfeita conformação articular)

A cabeça do fémur encaixa perfeitamente no acetábulo. O espaço da junção é estreito e regular.

Grau B – Livre de displasia da anca (articulações coxo-femurais quase normais)

A cabeça do fémur e acetábulo são ligeiramente incongruentes. Ainda assim, a cabeça do fémur encaixa bem no acetábulo. 

Grau C – Displasia da anca ligeira

A cabeça do fémur “salta” ligeiramente do acetábulo causando um certo grau de incongruência e/ou há um ligeiro aplanamento do bordo craniolateral do acetábulo. Podem ainda estar presentes irregularidades ou ligeiros sinais de alterações osteoartríticas na cabeça do fémur.

Grau D – Displasia da anca moderada

Há uma incongruência óbvia entre a cabeça do fémur e o acetábulo, com subluxação – superfícies articulares estão parcialmente separadas, mas ainda fica alguma parte de cada superfície em contacto. Existe ainda o alisamento do bordo craniolateral do acetábulo e/ou sinais de osteoartrite.

Grau E – Displasia da anca grave

Evidência de alterações displásicas graves na anca, como luxação – superfícies articulares ficam completamente separadas umas das outras – ou subluxação – superfícies articulares estão parcialmente separadas, mas ainda fica alguma parte de cada superfície em contacto. Há um aplanamento óbvio do bordo cranial do acetábulo, deformação da cabeça do fémur (tipo cogumelo, plana) e outros sinais de osteoartrite.

Outros sistemas de graduação

Para além do método de graduação da FCI, aplicado na maioria dos países Europeus, na Rússia, na América do Sul e na Ásia, existem outros dois sistemas mundiais de graduação da displasia da anca:

- Orthopedic Foundation for Animals (OFA) – representa exclusivamente os EUA e o Canadá. A idade mínima dos cães para realizar o exame é de dois anos. O grau final é decidido por três avaliações independentes.

- British Veterinary Association/The Kennel Club (BVA/KC) – usado na Grã-Bretanha, Irlanda, Austrália e Nova Zelândia. Cada articulação é avaliada baseada em nove critérios morfológicos que são cotados de 0 (o ideal) a 6  (o pior). O grau final é definido pela soma das duas articulações (0 - 106).

Na Alemanha subdivide-se cada grau da FCI em dois graus.

*Excepto para a raça Pastor Alemão (SV).

 

Referências: