Quando a encontrámos completamente desamparada e desorientada, a Tapioca não queria nada connosco! Tinha tanto medo de nós que nos rosnava e ameaçava morder se nos aproximassemos demasiado! Olhava-nos com olhos de ódio... Talvez visse em nós aquele que lhe virou as costas sem qualquer remorso. Ela não era cadela de rua. Não sabia andar na rua, nem sequer sabia o que era uma trela. O mundo era uma novidade. Pela primeira vez estava no mundo e estava completamente sozinha. Sem aquele em quem um dia confiara a vida. Ainda assim não desistimos de a ajudar e de voltar a faze-la ganhar a confiança nos humanos. Hoje é uma cadela completamente diferente. Ainda tem alguns dos seus receios, mas recebe-nos sempre com grande satisfação e dá a barriguinha. Tornou-se muito meiga e demonstrou-nos o seu lado carente de afecto e sedento de amor. Já está esterilizada e agora só lhe falta uma família e um lar.